sexta-feira, 24 de julho de 2009

............................................................................



O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem de um vidro mole que fazia uma volta atrás de casa.
Passou um homem depois e disse: Essa volta que o rio faz por trás de sua casa se chama enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás de casa. Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
(Manoel de Barros)

traço um caminho a partir do rio que faz uma volta atrás de minha casa até chegar aonde executamos a oficina mapeio o caminho por onde passo são ruas becos calçadas bueiros sempre acompanhando o caminho do rio meu caminho do rio e seus nossos encontros desencontros são córregos fétidos rio sujo são pneus potes garrafas esgoto desgosto passamos [ eu ] principalmente ou melhor verdadeiramente o rio por pontes bairros pessoas monumentos somos históricos e contemporâneos e sofremos a degradação de nossa história da falta de saneamento e do cuidado e do excesso do escoamento da sujeira produzida pelos homens [eu também] e termino meu mapeamento de baixo da ponte dos suspiros a aonde já não é tão possível suspirar

queria que o rio que faz a volta atrás de minha casa fosse a imagem de um vidro mole que faz uma volta atrás de casa... Ou pelo menos uma enseada

Paulo Maffei

Um comentário:

  1. ques caminhos percorrer naturalmente? Ques caminhos me levam Ouro Preto além do acaso fétido de encontros maravilhosos. Coisas fantásticas já não têm o mome de coisas mas de pessoas que secruzam e permeiam morte e vida na água que BEBEMOS.

    ResponderExcluir